Localização cerebral da cognição social complexa: o autismo como modelo?  

Associação Brasileira de Filosofia e História da Biologia

 

“Filosofia e História da Biologia”

 

Edição impressa: ISSN 1983-053X

Edição eletrônica: ISSN 2178-6224

Associação Brasileira de Filosofia e História da Biologia
Apresentação Edições Equipe Normas Aquisição Busca

Filosofia e História da Biologia

"Localização cerebral da cognição social complexa: o autismo como modelo?"
Marisa Russo
Filosofia e História da Biologia, volume 3, páginas 285-304, 2008

artigo em formato PDF

Resumo: A distinção entre homem e animal é um tema recorrente não só da biologia como da filosofia do ser vivo. Esta questão engloba um grande debate entre aqueles que defendem a especificidade do ser humano como uma espécie particular entre os demais seres vivos e aqueles que o colocam no continuum da natureza animal. A tradição aristotélica diferenciava o homem dos animais por sua inteligência. Séculos mais tarde, Montaigne e Descartes defendiam teses radicalmente contrárias: o primeiro atribuía aos animais uma inteligência igual, ou até mesmo superior, à dos homens; o segundo negava aos animais toda atividade psíquica, com a tese do animal-máquina. A partir do século XIX, com o surgimento da teoria darwiniana da evolução, as diferenças entre homem e animal serão consideradas a partir de uma perspectiva evolutiva. Os estudos atuais em ciência cognitiva e psicologia experimental, aliadas ao desenvolvimento de técnicas de imagem cerebral, reatualizam esta discussão, criando um novo debate sobre a existência ou não de redes neurais do cérebro humano que estariam implicadas na chamada cognição social complexa chamada “teoria da mente” (theory of mind – ToM). Um exemplo desta discussão pode ser visto nos atuais estudos sobre cognição social e autismo.
Palavras-chave: filosofia da Biologia; cognição social; cognição animal; teoria da mente; autismo

Cerebral localization of the complex social cognition:  autism as a model?

Abstract: The distinction between man and animals is a recurring theme in biology and the philosophy of living beings. This issue includes a great debate between those who advocate the uniqueness of human beings and those who put the human beings in the continuum of animal nature. The Aristotelian tradition distinguished man from animals by his intelligence. Centuries later, Montaigne and Descartes defended radically opposing views: the first ascribed to animals an intelligence equal to, or even higher than, that of men. The second denied to animals all mental activity, with the view of the animal-machine. From the 19th century onwards, with the advent of the Darwinian theory of evolution, the differences between man and animal are considered from an evolutionary perspective. The current studies in experimental psychology and cognitive science, allied to the development of techniques for brain imaging, allow a new debate on the existence or not of neural networks of the human brain that are involved in complex social cognition called “theory of mind” (ToM). An example of this discussion can be seen in the current study on social cognition and autism.
Keywords: philosophy of Biology; social cognition; animal cognition; theory of mind (ToM); autism

Para ter acesso aos sumários de todos os volumes da revista Filosofia e História da Biologia, clique aqui.

 Associação Brasileira de Filosofia e História da Biologia (ABFHiB)