Pasteur e a geração espontânea: uma história equivocada  

Associação Brasileira de Filosofia e História da Biologia

 

“Filosofia e História da Biologia”

 

Edição impressa: ISSN 1983-053X

Edição eletrônica: ISSN 2178-6224

Associação Brasileira de Filosofia e História da Biologia
Apresentação Edições Equipe Normas Aquisição Busca

Filosofia e História da Biologia

"Pasteur e a geração espontânea: uma história equivocada"
Lilian Al-Chueyr Pereira Martins
Filosofia e História da Biologia, volume 4, páginas 65-100, 2009

artigo em formato PDF

Resumo: Um dos temas discutidos nos livros-texto de Biologia destinados ao ensino médio é a origem da vida. Dentro dele é abordada a questão da geração espontânea e as contribuições de Louis Pasteur (1822-1895), que, em geral, é apresentado como tendo provado definitivamente que este tipo de geração não existe. Além desse, aparecem nessas descrições outros equívocos que transmitem uma visão totalmente equivocada sobre a natureza da ciência. O objetivo deste trabalho é estudar detalhadamente as contribuições de Pasteur relativas à geração espontânea, bem como o seu contexto, esclarecendo equívocos muito comuns a respeito do tema. Nesse sentido, o estudo da controvérsia entre Pasteur e Félix Archimède Pouchet (1800-1876) e de seu contexto possibilitou o conhecimento de alguns aspectos da natureza do conhecimento científico tais como: observações e experimentos nem sempre fornecem evidências tão claras que permitam tomar decisões sobre o que está sendo discutido; um experimento não prova determinada hipótese ou teoria embora possa trazer evidências favoráveis ou contrárias a hipóteses ou teorias; o desacordo é sempre possível e o raciocínio científico não se estabelece sem apelar para fontes sociais, morais, religiosas e culturais.
Palavras-chave: história da Biologia; ensino da Biologia; origem da vida; geração espontânea; Pasteur, Louis; Pouchet, Félix Archimède

Pasteur and spontaneous generation: a mistaken history

Abstract: The origin of life is one among the subjects which are discussed in the high-school text-books of Biology. Spontaneous generation and Louis Pasteur’s (1822-1895) contributions to it are part of this subject. In general Pasteur is presented in those books as the one who proved definitely that spontaneous generation does not exist. The aim of this paper is to discuss carefully Pasteur’s contributions concerning spontaneous generation as well as its context, trying to clarify this particular misinterpretation as well as other ones which are very common. Through the study of the controversy between Pasteur and Felix Archimède Pouchet (1800-1876) and its context it was possible to know some features related to the nature of the scientific knowledge such as: observations and experiments not always provide a body of evidence clear enough to enable one to take decisions related to the subject which is being discussed; an experiment cannot prove that an hypothesis or theory is true although it could bring evidence in favour or against a hypothesis or theory; disagreement is always possible and scientific reasoning cannot be established without appealing to social, moral, religious and cultural sources.
Keywords: history of Biology; Biology teaching; origin of life; spontaneous generation; Pasteur, Louis; Pouchet, Felix Archimède.

Para ter acesso aos sumários de todos os volumes da revista Filosofia e História da Biologia, clique aqui.

 Associação Brasileira de Filosofia e História da Biologia (ABFHiB)