Livros publicados

A coleção Desconstruindo o Lugar-Comum oferece a seus leitores e leitoras uma série de breves textos dedicados a abordar de maneira crítica certos temas que recorrentemente aparecem sob o signo da controvérsia nas dimensões interpessoais da vida privada e, em maior ou menor medida, também na dimensão da esfera pública. Os dez lugares-comuns desconstruídos no volume “Evolucionismo” são: 1) Ser evolucionista não significa ser darwinista; 2) O evolucionismo é só uma teoria; 3) A teoria da evolução é tão falível quanto qualquer outra teoria científica; 4) O evolucionismo vem sendo contestado pelos próprios biólogos; 5) Se o evolucionismo fosse uma explicação correta, veríamos a evolução acontecendo; 6) O fenômeno da complexidade irredutível prova que o evolucionismo é falso; 7) Segundo o evolucionismo, o homem veio do macaco; 8) O evolucionismo defende a sobrevivência do mais forte; 9) Segundo o evolucionismo, os seres se aperfeiçoam ao evoluir; 10) O evolucionismo é incompatível com a fé cristã.

Fundamentos teóricos do ensino de Ciências de Base Experimental fruto da experiência acumulada de vários anos de pesquisas que visa conferir maior significado ao conhecimento científico em nossas escolas. O livro reúne diversas reflexões e propostas, apresentadas a partir de seus elementos teóricos, buscando correlacionar as atividades práticas desenvolvidas em escolas do Brasil e de outros países a suas bases epistemológicas, ao explicitar diferentes correntes de pensamento ligadas a educadores em diversas partes do mundo. Especial atenção foi conferida a iniciativas pioneiras desenvolvidas no Brasil de importância inegável e que são, ainda hoje, referência para projetos de investigação implementados nas mais diferentes instituições de pesquisa. A bibliografia citada no texto permite aprofundar não apenas os fundamentos históricos de propostas atuais, como também iniciativas e possibilidades desenvolvidas nos diferentes sistemas de ensino no âmbito da pandemia de Covid-19. O livro discute inovação tecnológica e como diferentes grupos sociais reagem a ela, ressaltando a reação a mudanças tecnológicas propostas pelo grupo “Pensamento Latino Americano de Ciência, Tecnologia e Sociedade”, dentro do marco da Sociologia do Conhecimento de Berger e Luckmann e da Filosofia da Ciência de John Ziman. São revisitados os diversos tipos de experimentos utilizados no ensino de Ciências e as possibilidades oferecidas pelos recursos tecnológicos digitais e seu vínculo com os trabalhos ligados ao estudo de concepções espontâneas de estudantes. A equidade de gênero e o combate ao racismo no contexto do ensino de Ciências são também discutidos. Referências históricas clássicas são revistas, ressaltando sua importância para entender a lógica de jovens estudantes diante de fenômenos naturais e tecnológicos, como a produção de gás oxigênio no contexto do dano pulmonar causado pelo vírus SARS-CoV-2. O movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade é retomado, aprofundando suas bases teóricas a partir dos trabalhos de Glen Aikenhead, contextualizado na discussão atual sobre as vacinas, a sua eficácia e os mitos que existem a seu redor, negando-as. O livro é uma síntese dos esforços que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência tem empreendido para aproximar as comunidades de educadores e cientistas e, certamente, será muito útil para todos os que buscam a melhoria de nosso ensino de Ciências.

Em Origin of species (1859), Charles Darwin apresentou sua teoria da seleção natural. Convencionalmente, o argumento de Darwin para essa teoria foi entendido como baseado em uma analogia com a seleção artificial. Mas não houve consenso sobre como, exatamente, esse argumento analógico deveria funcionar – e também algumas suspeitas de que os argumentos analógicos em geral são embaraçosamente fracos. Com base em novos insights sobre a história da argumentação analógica dos gregos antigos em diante, bem como em estudos aprofundados dos escritos públicos e privados de Darwin, este livro oferece uma perspectiva original sobre o argumento de Darwin, restaurando para ver as tradições intelectuais que Darwin tomou para concedido em argumentar como ele fez. Dessa perspectiva, vêm novas apreciações não apenas do argumento de Darwin, mas das metáforas nele baseadas, a gama de tradições mais amplas que o argumento abordou e seus legados para a ciência após o Origin.

O interesse contemporâneo em Darwin surge de um ideal geral de que seus livros deveriam conter uma teoria da transformação das espécies por seleção natural. No entanto, um leitor que abre  hoje o Origin of species pode se surpreender com o fato de que essa visão “seletiva” não fornece a chave para muitos aspectos do livro. Sem contestar a importância da seleção natural para o darwinismo, muito menos supor que um “darwinismo” totalmente formado saiu da cabeça de Darwin em 1859, este volume visa retornar ao próprio texto do Origin. Revisiting the Origin of species foca a teorização sobre a origem das variações, mostra que o próprio Darwin nunca foi um pan-selecionista (em contraste com alguns de seus seguidores), mas estava preocupado com “outros meios de modificação” (o que o torna um pluralista evolucionário). Além disso, em contraste com as apresentações comuns de “darwinismo” em livros didáticos, Hoquet enfatiza o fato de que o Origin of species pode se prestar a várias interpretações contraditórias. Enfatizando as características históricas, complexidades e meandros do argumento de Darwin, Revisiting the Origin of species pode ser usado por qualquer leitor leigo e também por estudantes e pesquisadores interessados ​​em áreas como Evolução, Seleção Natural, Traduções Científicas e Origens da Vida.